Me prendem as naves de sol
refletidas em espelhos
dourando-me as sombras
o medo
a cortina na janela
que me esconde do mundo
Num silêncio de verso
um eco absurdo
do alto em que me inspirei
rima insolúvel
teu sobrenome entre as pausas
que destilei
Vontade é um segredo
que a saudade não consome
e do lado de cá
teus olhos
pedras cinzas que atirei num rio
que não chega ao mar.
Ana Paula B. Coelho