Interminável espera

Meu canto é triste, vem de longe
vem de terras estrangeiras
de aquém e além mar

carrega um pouco de Florbela
traduz nos versos suas mazelas
transcende o céu em noites de luar

é um canto empírico, eu lírico a rimar
explode em becos, alarga esquinas
calçada: espelho em chuva fina
tem tanta história pra contar

meu canto é pássaro, voo invertido
é dor, é grito atrás do horror de eras
circunda eclipse - interminável espera
inflama e arde um só clamor no coração.

Ana Paula B. Coelho

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