As coisas

Tanta gente querendo ser especial pra alguém
e você se deixando morrer pra mim

foi a pior extravagância dissolver uma aliança
forjada na mais contente sorte do destino

tantos olhos abertos sem enxergar um passo a frente
enquanto cegos andávamos sobre as águas
pulávamos abismos
voávamos com nossas asas de algodão

foi o maior desperdício predispor mil beijos
que não foram dados sob a luz do luar...

mas as coisas são como devem ser
e não acontecem sozinhas

saem das cartas de tarô
dos búzios
das velas acesas em oração
dos primeiros ventos que anunciam tempestade

saem da intuição
dos versos de um poema
da vastidão que se transforma
e jamais será desmaterializada.

Ana Paula B. Coelho

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