Papel sépia

Tenho horas de luz apagada
De estradas que o céu batizou
São minutos de vozes aladas
De vagas lembranças sem cor

Tenho horas de breves sonetos
Tercetos que o inverso vingou
São rimas dispersas ao vento
Inverno que a escrita esfriou

E assim vão-se embora os dias
As tardes, as noites sombrias
Papel sépia de tinta e de dor

Esboço que cerceia a vida
Lira lúdica da minha poesia
A hora que o relógio atrasou.

Ana Paula B. Coelho

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