Encantamento

Essa sensação de universo abandonado no infinito
num todo que não tem explicação, mas faz sentido
me inunda os olhos de manhãs recém-raiadas...

É de uma paz que não me cabe nas palavras
felicidade só vivida nas histórias inventadas
nostalgia do que ainda nem ousei realizar...

Soneto e poesia sem poetas pra rimar

Encantamento - mágico despertar.

Ana Paula B. Coelho

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Sinto

Sinto muito amor
pelas rosas vermelhas
quando as brancas diriam mais

Sinto tanto o que levei comigo
sem avisar que foi escrito
sob ciúme e lágrimas

Sinto o frio que permaneceu
que roubou o lugar da primavera
deixando essa pesada esfera de adeus.

Ana Paula B.Coelho

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No coração

Volte ao sentir saudade
quando tua vaidade
for menor que a espera...

Volte quando toda a entrega
traduzir-se em vão, no coração
está o que não se despreza...

Amor é raiz forte, profunda na terra

Paixão é vento em asas de passarinho.

Ana Paula B. Coelho

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Céu Azul

Me guie nos caminhos desse amanhecido sonho
Me perdi no labirinto da minha própria escuridão
Noites de sentimentos mortais me envolveram
Paralisada estou em meu inesperado medo...

Me fale mais do Céu Azul que salva e liberta
Cujas nuvens esboçam teu rosto iluminado
Ele ainda me desenha sorrindo ao teu lado?
Quero respostas que me façam parar de chorar

Sou ainda a mensageira da eterna inconstância
A peregrina das ladeiras que jamais ascendem
Já não faço sombras - nunca caminhei na luz!
Trago verdades ocultas que a poesia não traduz

Hoje sei que inventaram a dor para os poetas
O remédio ineficaz para os doentes de alma
A paixão existe para os que nunca se acalmam
E o desespero aos que se curvam diante dela.

Ana Paula B. Coelho

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Sem saída

         Agora vivo das horas que passo a te esperar, da agonia resignada nesse silêncio penitente, me pergunto se de fato entendes o que tua ausência me faz.
          Pra matar o tempo eu olho curiosidades ao redor: abraços, passos, algumas esperanças que não são minhas, talvez de um outro alguém que lamente tanto quanto eu... 
          Mas creio que as coisas nem sempre são assim, tão sem saída, nós é que fechamos os becos do nosso próprio coração e ficamos feito vampiros, absorvendo pequenas gotas de felicidade, cumplicidade e atenção.

Ana Paula B. Coelho

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Pipa-coração

Finzinho de tarde
Registro:
Pipa-coração.

Ana Paula B. Coelho

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Âncora despertada

E assim nascem os poemas:

Dos detalhes adormecidos no abissal da alma,
mas que a memória teima em trazer à tona
- feito âncora despertada de seus sais...

Logo espumam-se dois, três, quatro versos
ainda que a rima seja onda de arrebatamento
e, o sentimento, velho barco sobrevivendo de cais.

Ana Paula B. Coelho

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A estrada

É matar meu pensamento
um poema que não fale de ti...
Apesar da perdição deste momento
me oriento na lembrança dos teus olhos
na memória geográfica de tua pele - a estrada 
cuja curva traz um perfume que não tem mais fim!

Ana Paula B. Coelho

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