Nó na língua

Sinto falta do que era ontem
dos minutos antes: entardecer...

Fui alimentando dúvidas, certezas
passando manteiga no pão, na mesa:
a cerveja na mão - tanta indelicadeza

A poesia fluiu como o que inflama
a ferida no coração, a cama - drama
que me faz mulher, homem, criança

Música cantada, rústica, apaixonada
músculo que trava - meu nó na língua
e à míngua se esvai a lua em uni-versos.

Ana Paula B. Coelho

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