Pedras companheiras

E um "até breve" desfez tantas promessas em meus olhos
esses que outrora ainda orbitavam na retina algum perigo
mas que hoje - perdidos no opaco da minha resignação
não mais encontram abrigo nas platônicas paisagens...

Não é mais solitário o lado de cá do meu abismo.
Meu declínio, por si só, colheu suas pedras companheiras 
- vértice de flores cantadas nas paredes da árida descida
pois quando se está só, qualquer poeira te reanima
e toda semente torna-se nova melodia em velho enredo
torna-se pincel e tinta pra finalizar alguma tela...
Agora minhas pedras são janelas, céu azul e nuvens
a me desenhar outro destino que me espera.

Ana Paula B. Coelho

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