Estranha poesia

De poucas palavras 
A poesia se chega 
Se senta ao meu lado
Se finge de silêncio
Como se nunca antes 
Tivéssemos nos abraçado

A poesia é estranha
É livre 
Mas precisa de um coração
Precisa da atenção
De olhos que só enxergam
Fechados.

Ana Paula B. Coelho

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Sem explicação

Poderia se explicar
O amor
Quando me deixa sem chão
A saudade
Quando se esquece de mim
A vaidade
Me tornando esse alguém mais feliz
Apesar dos pesares.

Ana Paula B. Coelho

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Depois de te conhecer

Tarde demais 
As lembranças vieram à tona
Os desejos despertaram do sono letárgico
Das horas que descansaram de tanto o relógio se arrastar

Tarde demais
O verbo se deixou de conjugar
O beijo esqueceu de se doar
E as roupas perderam o cítrico aroma de amaciante

Tarde demais
Teus olhos voltaram a questionar a sombra dos meus
As cúmplices manhãs que jamais compartilhamos juntos
O mar que bebi num tom mais escuro de azul 
Depois de te conhecer.

Ana Paula B. Coelho

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Constatação

ame 
e tenha sempre essa preguiça
típica dos amantes

que brigar
sempre foi mais desgastante 
do que perdoar

e se explicar
mais cansativo que sentir

Ana Paula B. Coelho

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Contratempo

Talvez ele queira sim
Se aproximar 
E me ajudar a esquecer
A superar
Mas o quê?
Se boa parte do presente
Tropeçou no passado
E o futuro...
Quem receia de jamais chegar?

Ana Paula B. Coelho

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