Pantomima

Trazia sonhos 
nas pontas dos dedos 
- breve escrita com as mãos
visão intermediária
entre os sins e os nãos.

Ana Paula B. Coelho

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Rota

Então escuto tua canção:
sonho, mel que te sai do coração
quem sabe só pra me encantar

Nas tristes horas em que não estás
onde me perco - tom suave destas notas
rota em campo perfumado a me guiar

E quando não falamos, me custa acreditar

E se não te sinto, brinca o tempo em não passar.

Ana Paula B. Coelho

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O amor

O amor é isso
essa exaltação, esse impulso 
de expor em versos o que se sente e ir além 
do profundo do mar e seus mistérios
além das asas de um passarinho
de um sonho, de um começo de céu.

Ana Paula B. Coelho

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17 de janeiro

Foi tão feliz por sorrir no momento certo 
ao me dizer suas bobagens infantis
de um modo tão carinhoso e completo
que me envolveu mais que os textos 
de Rimbaud e Machado de Assis.

Ana Paula B. Coelho

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Orquestra de grilos

Não foi pouco o meu suplício 
na tua montanha-russa de ressentimentos. 

Meu poema mendigo no parque 
dormiu ao relento 
esperançoso da última migalha 
esmola que somente os que sofrem desamor 
são capazes de ainda esperar.

E o resto foi só nostalgia sob o luar. 

Orquestra de grilos 
num palco iluminado vaga-lume 
cantando as mesmas notas
como de costume 
anoitecidos recitais de amor!

Ana Paula B. Coelho

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