Ele era como o sol que a cegava e aquecia,
a elevava em altas e inquietantes temperaturas
culminando num derretimento de epiderme
- transmutação de líquidos vulcânicos.
Tal situação, ao tempo de ser intolerável,
era também instigante e meio milagrosa.
A desprendia de seus movimentos lentos, comedidos,
fazendo-a aventurar-se no abismo dos sentimentos tangíveis
os quais ela sempre fizera questão de rotular como efêmeros.
Era irônico, até algumas semanas atrás, acreditar
que a noite é que beijava o transitório de seus poemas
quando, o inusitado despertar de aromas e contornos,
eloquente a transfigurou.
Ana Paula B. Coelho
|
(Clique na foto para ampliar) |